DIA INTERNACIONAL DE LUTA PELA SAÚDE DA MULHER E O DIA NACIONAL DE REDUÇÃO DA MORTALIDADE MATERNA
O relatório "Tendências sobre a Mortalidade Materna: 1990 a 2010", divulgado no último dia 16 de maio, mostra que entre 1990 e 2010 o número de mortes maternas por ano diminuiu de mais de 543 mil para 287 mil em todo o mundo, uma queda de 47%. Enquanto foram registrados grandes progressos em quase todas as regiões, existem muitos países, particularmente na África Subsaariana, que não irão alcançar o Objetivo de Desenvolvimento do Milênio (ODM) de redução das mortes maternas em 75% entre 1990 e 2015.
De acordo com o documento, elaborado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e Banco Mundial, a cada dois minutos uma mulher morre por complicações na gravidez. As quatro causas mais comuns de morte são hemorragias graves após o parto, infecções, hipertensão durante a gravidez e abortos inseguros, realizados em más condições. Noventa e nove por cento das mortes maternas ocorrem nos países em desenvolvimento; a maioria poderia ser evitada por meio de intervenções de eficácia comprovada.
Segundo o relatório, a estimativa de razão de morte materna no caso do Brasil caiu para 56 por 100 mil nascidos vivos; entre 1990 e 2010, o país registrou uma redução de 51% nas mortes maternas, superior à média mundial (47%) e latino-americana (41%) para o período, mas ainda insuficiente para alcançar a meta do Objetivo de Desenvolvimento do Milênio 5, de saúde materna, que estabelece uma redução de 75% em relação aos dados de 1990.
As estimativas apresentadas no Relatório “Tendências sobre a Mortalidade Materna: 1990 a 2010” foram computadas segundo um modelo de regressão multinível de duas etapas, metodologia que permite a comparabilidade entre os vários países. Entretanto, tais estimativas não refletem necessariamente as estatísticas oficiais dos países, que podem usar métodos diferentes; no caso do Brasil, o Ministério da Saúde divulgou recentemente que o dado oficial para a razão de morte materna é de 68 por 100 mil nascidos vivos.
Embora o país apresente uma tendência de redução das mortes maternas bastante expressiva, é necessário seguir investindo na ampliação do acesso ao planejamento reprodutivo voluntário, na melhoria da qualidade da atenção pré-natal, na formação de profissionais para o atendimento adequado, humanizado e não discriminatório, no fornecimento de serviços e na ampliação do acesso aos cuidados obstétricos de emergência quando surgem complicações.